O custo financeiro direto do escândalo de pedofilia supera para a
Igreja Católica US$ 2 bilhões, embora não seja comparável à “perda da
inocência” das vítimas, disseram nesta quarta-feira (9) dois
especialistas em um simpósio sobre o tema em Roma.
“É provavelmente razoável estimar que o verdadeiro custo da crise, (o
dinheiro) que a Igreja teve que desembolsar em nível internacional, se
situe muito acima dos 2 bilhões de dólares”, indicaram os americanos
Michael J. Bemi e Patricia Neal, durante uma conferência organizada na
Universidade Gregoriana de Roma.
A soma inclui as indenizações e o custo ligado às investigações, aos julgamentos e aos tratamentos das vítimas.
Mas existem outros custos, que correspondem ao que poderia ter sido
feito “com o dinheiro perdido para sempre”: “Quantos hospitais,
seminários, escolas, abrigos para mulheres maltratadas e seus filhos,
estruturas de alimentação, clínicas gratuitas, etc., poderíamos ter
construído?”, perguntaram.
“Mas não há comparação possível”, disseram, “entre qualquer quantia
em dinheiro e a perda da inocência de crianças e adultos vulneráveis”,
que são dezenas de milhares.
Os dois especialistas, que estão à frente dos programas VIRTUS do
National Catholic Services de proteção à infância, detalharam todos os
males psicológicos das vítimas, os custos de longos tratamentos e os
danos causados no seio das famílias.